tag:blogger.com,1999:blog-40310490160268085752024-02-20T04:33:48.781-08:00Ricardo Saito - LiGEA USPBlog Eliel Bragatti LiGEA USP 2004http://www.blogger.com/profile/07938891390912560150noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-4031049016026808575.post-28988390972712655502010-10-14T03:50:00.000-07:002010-10-14T03:57:50.626-07:00Projeto pode recriar kit "Os Cientistas" para estimular interesse de jovens pela pesquisa<p> Um grupo de acadêmicos brasileiros articula o lançamento de kits para estimular o interesse de jovens pela pesquisa e elevar o patamar do aprendizado de ciências no ensino médio do país. </p> <p> A ideia é fazer com que cada estudante que adquira o produto --seria vendido em bancas de jornal por R$ 15 ou R$ 20-- reproduza experimentos cruciais da história da ciência sem sair de casa. </p> <p> A coleção, que já tem nome, "Aventuras na Ciência", e protótipo do primeiro kit, inspira-se em "Os Cientistas", fascículos lançados pela extinta Funbec (Fundação Brasileira para o Ensino da Ciência) em parceria com a Editora Abril. </p> <p> Como haverão de recordar os leitores com mais de 40 anos, os kits fizeram sucesso nos anos 1970. Eram estojos de isopor que vinham com o material necessário para as experiências, baseadas em descoberta clássica de um cientista. Um folheto orientava o estudante na montagem e explicava o que deveria ser medido. Também constavam a biografia do cientista e a história da descoberta. </p> <p> Como todas as boas ideias, essa também tem problemas. O mais grave deles é que ainda não possui viabilidade financeira. Para consegui-la, os acadêmicos esperam o apoio do BNDES. </p> <table class="articleGraphic"> <tbody><tr> <td rowspan="3" class="articleGraphicSpace"><br /></td> <td class="articleGraphicCredit">Editoria de Arte/Folhapress</td> <td rowspan="3" class="articleGraphicSpace"><br /></td> </tr> <tr> <td class="articleGraphicImage"><img style="width: 489px; height: 188px;" src="http://f.i.uol.com.br/folha/ciencia/images/10286160.gif" alt="" border="0" /></td> </tr> </tbody></table> <p> <b>COM LULA</b> </p> <p> O protótipo já foi enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os pesquisadores aguardam agora que o presidente os receba em audiência, da qual também participariam os ministros da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e da Educação, Fernando Haddad. </p> <p> "O Brasil está avaliado entre os piores países do mundo em ensino de ciências no nível médio. O projeto dos kits permitirá, em curto prazo, promover um salto de qualidade", diz o físico Herch Moysés Nussenzveig, um dos autores da ideia. "Queremos que a garotada se divirta e apaixone com o que está fazendo, o que não costuma acontecer nas salas de aula", acrescenta. </p> <p> Além de Nussenzveig, professor da UFRJ, fazem parte do grupo Isaías Raw, do Instituto Butantan, idealizador de "Os Cientistas" original, a educadora Myriam Krasilchik, as biólogas Mayana Zatz e Eliana Dessen, o físico Vanderlei Bagnato, a astrônoma Beatriz Barbuy, o químico Henrique Toma e o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz. </p> <p> Pelo plano dos pesquisadores, seria necessário um investimento inicial de R$ 10 milhões do BNDES, para erguer a fábrica que prepararia os kits. Outra forma de incentivo almejada pelo grupo é que o MEC compre parte dos estojos para distribuí-los em escolas públicas. Isso permitiria reduções no preço. </p> <p> "O projeto poderá chegar a pelo menos 1 milhão de crianças. Lula deu um grande estímulo às Olimpíadas de Matemática quando soube que envolveriam milhões de alunos. No caso dos kits, o alcance e as repercussões para o país seriam ainda maiores", diz Nussenzveig.<br /></p><p><span style="font-style: italic;">Fonte: Folha.com - </span>13/10/2010<br /></p>Ricardo Saitohttp://www.blogger.com/profile/10599778490751781945noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4031049016026808575.post-41708319521187937212010-09-20T11:20:00.000-07:002011-03-17T13:30:56.703-07:00Geosciences Network - Rede Geociências<div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh6.googleusercontent.com/-f6ZHB1AE9rY/TYJvfJPH6UI/AAAAAAAAAYQ/G1SrqDRkWwQ/s1600/logo+colorido+LiGEA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://lh6.googleusercontent.com/-f6ZHB1AE9rY/TYJvfJPH6UI/AAAAAAAAAYQ/G1SrqDRkWwQ/s1600/logo+colorido+LiGEA.jpg" /></a></div><br />
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<b>Welcome!</b><br />
Our Geosciences Network is growing and soon will be the greatest on the Earth!<br />
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<b>Bem vindos!</b><br />
Nossa Rede Geociências está crescendo e breve será a maior na Terra!</div>Blog Eliel Bragatti LiGEA USP 2004http://www.blogger.com/profile/07938891390912560150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4031049016026808575.post-21067096454503421712010-08-30T15:43:00.001-07:002011-03-17T13:31:28.503-07:00Ônibus movido a Hidrogênio na Copa 2014<div class="gmail_quote"><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-If1DiOor0aU/TYJvndOjCUI/AAAAAAAAAYU/DP7EhK1XIbk/s1600/%25C3%25B4nibus+movido+hidrog%25C3%25AAnio+Rio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://lh3.googleusercontent.com/-If1DiOor0aU/TYJvndOjCUI/AAAAAAAAAYU/DP7EhK1XIbk/s1600/%25C3%25B4nibus+movido+hidrog%25C3%25AAnio+Rio.jpg" /></a></div><br />
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UFRJ desenvolve ônibus movido a hidrogênio. Mais barato que similares europeus, o veículo será usado no Rio durante a Copa de 2014<br />
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O Brasil entra definitivamente na corrida por transportes coletivos sustentáveis e não poluentes com o desenvolvimento de um ônibus movido a hidrogênio a partir de tecnologia totalmente nacional. Até então, o país já havia desenvolvido um veículo similar, porém com tecnologia mista — brasileira e alemã. O ônibus, criado pelo Instituto Alberto Luís Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa em Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), será uma das opções de transporte na capital fluminense durante a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. O projeto conta com parceria da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor). Reportagem de Silvia Pacheco, no <strong><a href="http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/08/23/cienciaesaude,i=209282/UFRJ+DESENVOLVE+ONIBUS+MOVIDO+A+HIDROGENIO.shtml" target="_blank">Correio Braziliense</a></strong>.<br />
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O que diferencia o veículo de outros similares que já circulam em lugares como a Europa, por exemplo, é que suas pilhas a combustível podem ser abastecidas tanto com hidrogênio(1) como por meio da rede elétrica comum. Além disso, o ônibus é equipado com um sistema capaz de transformar a energia liberada durante as freadas em eletricidade (veja arte).<br />
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O sistema de recuperação de energia cinética é o mesmo utilizado nos carros da Fórmula1. A diferença é que, nessa modalidade do automobilismo, ele serve para aumentar a velocidade, enquanto, no ônibus, é utilizado para ampliar a eficiência energética e economizar combustível. "A energia elétrica convertida por esse sistema é lançada no motor, que acaba economizando o hidrogênio a bordo", explica Paulo Emílio Valadão de Miranda, coordenador do Laboratório de Hidrogênio da Coppe. Por conta desse mecanismo de abastecimento, o coletivo não precisa ter uma pilha a combustível enorme nem consumir tanto hidrogênio para se deslocar.<br />
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Como resultado, o ônibus híbrido tem uma eficiência energética muito maior que a dos convencionais a diesel. Além disso, ele não emite poluentes. Segundo Miranda, o único resíduo lançado no ar pelo veículo é o vapor d'água, oriundo da reação eletroquímica da pilha a combustível, alimentada de hidrogênio e oxigênio proveniente do ambiente. "Parte desse vapor d'água é condensado e aproveitado no sistema de umidificação das pilhas a combustível", esclarece o coordenador do laboratório. Outro destaque é a ausência de ruído. Por ter tração elétrica, o ônibus a hidrogênio não faz barulho nem dá solavancos no momento da partida, como os coletivos a diesel.<br />
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O hidrogênio que abastece o ônibus fica armazenado em dois cilindros com um tubo interno de alumínio, revestido por um polímero de alta densidade e amarrado com fibras de carbono. "Com isso, tem-se cilindros leves, mas que permitem o armazenamento de hidrogênio até 350bar, uma pressão mais elevada do que a usada normalmente", explica o professor da Coppe. O ônibus carrega 15kg de hidrogênio nos dois cilindros, o que lhe dá uma autonomia de 300km.<br />
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Por enquanto, a Coppe produziu um protótipo do veículo para rodar pela Cidade Universitária, transportando alunos, professores e funcionários. Segundo Guilherme Wilson, gerente de operações da mobilidade da Fetranspor, a maior qualidade do projeto é sua natureza nacional de desenvolvimento. "É um projeto feito essencialmente por engenheiros brasileiros, dentro da universidade, com resultados já bastante impressionantes", comenta. Wilson diz que a expectativa do setor é testar sua robustez em operações diárias e reais de transporte coletivo de passageiros. "Isso está previsto para 2011", acrescenta.<br />
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Custos<br />
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Em termos de custo, segundo Miranda, para se fabricar um veículo como o da UFRJ, gasta-se menos da metade do que na produção de um similar europeu. "Isso se dá por conta da tecnologia do sistema híbrido de tração elétrica e produção de energia", destaca. Porém, comparado ao ônibus a diesel comum, o movido a hidrogênio é mais caro. No entanto, a estimativa de Paulo Emílio é que essa diferença desapareça a partir da produção em escala. "Por enquanto, é só um protótipo e não dá como comparar com a produção. No entanto, se formos projetar a produção desse veículo em larga escala, como o ônibus a diesel, a diferença de preço diminui consideravelmente. Além disso, ele tem a vantagem sobre sua operação e manutenção, que são mais baratas do que os ônibus movidos com combustível fóssil", afirma.<br />
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Neste momento, os pesquisadores fazem diversos testes, recolhendo dados de operação para, a partir daí, projetarem o que eles chamam de um cabeça de série. Ou seja, o veículo pronto para a comercialização ou para a industrialização em larga escala. "São mais detalhes de refinamento de controles e reposicionamento de equipamentos. O sistema como um todo funciona muito bem, mas temos a mania de refinar as coisas", diz o coordenador do projeto. A perspectiva é que, nos próximos anos, possam ser produzidas pequenas frotas do ônibus a hidrogênio.<br />
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1 – Fácil obtenção<br />
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O hidrogênio não é um combustível primário como é o petróleo, por exemplo. A vantagem é que ele pode ser produzido a partir de muitas matérias-primas e por meio de processos distintos. Por exemplo, a partir da eletrólise da água e de qualquer biomassa, como resíduos da agropecuária, de esgotos e resíduos industriais, ou ainda de metano oriundo de biogases, como aqueles produzidos em aterros sanitários.<br />
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<a href="http://www.ecodebate.com.br/8fD" target="_blank">EcoDebate</a>, 27/08/2010</div>Blog Eliel Bragatti LiGEA USP 2004http://www.blogger.com/profile/07938891390912560150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4031049016026808575.post-66524304907476269572010-08-28T11:05:00.001-07:002010-08-28T11:05:42.721-07:00Educando com a Horta Escolar<p></p> <div style="MARGIN: 5px 10px 0px 0px; ZOOM: 1; DISPLAY: inline; FLOAT: left"><a href="http://www.educandocomahorta.org.br/material-didatico.html" rel="nofollow" target="_blank"><img border="0" src="http://www.educandocomahorta.org.br/images/capa_cardeno1.JPG" width="251" height="320"></a></div> <p></p> <div> </div> <p>Com mudanças de hábitos alimentares, estudantes de três municípios que participaram do projeto-piloto sobre hortas escolares estão aprendendo mais e os índices de anemia e de obesidade caíram, comparados aos de anos anteriores. Os resultados foram expostos está semana, em Brasília, no Encontro Nacional <strong>Educando com a Horta Escolar</strong> promovido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC). </p> <div align="justify">Os relatos são de coordenadores e professores que trabalharam diretamente no projeto nos municípios de Santo Antonio do Descoberto (GO), Saubara (BA) e Bagé (RS). Participaram do encontro, técnicos do FNDE e das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). <a href="http://www.fomezero.gov.br/noticias/horta-escolar-muda-habitos-e-melhora-aprendizado-1" target="_blank"><font color="#0000ff">(Leia mais...)</font></a></div> <div align="justify"> </div> <div align="justify"><strong><a href="http://www.educandocomahorta.org.br/material-didatico.html" target="_blank"><font color="#6900b3">Material Didático</font></a></strong></div> Blog Eliel Bragatti LiGEA USP 2004http://www.blogger.com/profile/07938891390912560150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4031049016026808575.post-83436201448140101582010-08-28T10:35:00.001-07:002010-08-28T10:35:36.829-07:00Instituto de Geociências USP desenvolve fossa séptica mais eficiente e menor custo, será?<img class="aligncenter" alt="Instituto de Geociências da USP desenvolve fossa séptica mais eficiente e de menor custo" src="http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2010/34/foto_dentro12664_2.jpg" width="200" height="145"> <p>Saneamento acessível – A grande maioria das cidades brasileiras sofre, em maior ou menor grau, de contaminação por nitrogênio, particularmente de nitrato. As zonas rurais são contaminadas por causa do uso excessivo de fertilizantes e os solos urbanos recebem nitrogênio principalmente de fossas sanitárias ou mesmo de redes de esgoto sem manutenção ou mal projetadas.</p> <p>Esse problema levou o grupo de pesquisa do Laboratório de Modelos Físicos do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IG-USP) a desenvolver uma fossa séptica que fosse mais eficiente e, ao mesmo tempo, acessível às populações mais pobres, que dependem principalmente desse tipo de saneamento.</p> <p>O projeto Minimização dos Impactos dos Sistemas de Saneamento (Minisis), apoiado pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular, analisou o problema de maneira ampla e resultou em uma série de contribuições ao sistema de saneamento por fossas sépticas.</p> <p>"As fossas convencionais são bastante eficientes em degradar matéria orgânica infiltrada no solo, mas o seu rendimento é limitado para nutrientes, como o nitrogênio", disse Ricardo Hirata, professor do IG-USP e coordenador do projeto. O resultado é a contaminação do ambiente por microrganismos e por nitrato (NO3), uma das formas que se apresenta o nitrogênio no ambiente e que é muito estável e móvel e pode permanecer por décadas nas águas subterrâneas.</p> <p>A dificuldade de degradação do nitrato, aliada ao fato de derivar de uma fonte crescente, os dejetos humanos, fazem dele o contaminante mais abundante do planeta nas águas subterrâneas. "O nitrato não é o contaminante mais agressivo, mas com certeza é o mais comum e o que se apresenta em maior volume nos reservatórios de água subterrânea, os aquíferos", disse.</p> <p>O problema aumenta com o crescimento das cidades, cujas redes de coleta de esgoto nunca crescem na mesma proporção. O resultado é a permanência de nitrato no ambiente por períodos que podem chegar a centenas de anos.</p> <p>O nitrato permanece nos lençóis freáticos e volta à população com a captação de água por poços ou nascentes, configurando-se em um grande problema de saúde pública. "Um dos mais sérios casos de contaminação é o da cidade de Natal (RN), cuja população consome água encanada com nitrato", disse Hirata.</p> <p>Em São Paulo, a situação também requer atenção, segundo o pesquisador, pois 75% dos municípios paulistas são abastecidos total ou parcialmente pela água que vem de fontes subterrâneas, muitas dessas vulneráveis à contaminação por fossas.</p> <p>Sem condições financeiras de construir uma estrutura apropriada, muitos moradores cavam buracos simples no solo e que, frequentemente, encontram o nível freático. Esse recurso, chamado de "fossa negra", é ainda mais nocivo ao ambiente, pois injeta o contaminante diretamente na água subterrânea, sem que nenhuma forma de redução do contaminante possa ocorrer no solo, onde se processa a maior parte da transformação bioquímica dessas substâncias nocivas, segundo o professor.</p> <p>Desenvolvimento no local</p> <p>Para desenvolver o novo modelo de fossa, o grupo da USP precisava de uma comunidade que não fosse atendida pela rede de esgoto. O bairro de Santo Antônio, no distrito de Parelheiros, zona sul de São Paulo, foi o escolhido.</p> <p>Os pesquisadores acompanharam o desempenho de duas fossas pertencentes a moradores vizinhos. Uma delas, a fossa controle, era do tipo negro convencional. A segunda foi construída na casa ao lado segundo a tecnologia desenvolvida pelo grupo.</p> <p>A fossa projetada pelos pesquisadores tem dois níveis. O primeiro é formado por óxidos de cálcio e de ferro, um rejeito da indústria siderúrgica com propriedades bactericidas. "Por ter um pH muito alto, próximo de 12, esse material consegue degradar vírus e bactérias com alta eficiência", explicou Hirata.</p> <p>Para o experimento a equipe conseguiu trazer escória do porto capixaba de Tubarão, que possui grande fluxo de exportações de minério de ferro. Após passar pela camada mineral, o líquido efluente percola para a segunda barreira reativa, composta por areia e serragem da madeira cedrinho. Os cavacos de madeira, que fornecem carbono ao meio por respiração aeróbica, consomem o oxigênio e propiciam que o nitrato seja reduzido bioquimicamente a um gás de nitrogênio.</p> <p>O projeto foi bem-sucedido e a primeira camada eliminou 95% dos vírus e bactérias presentes. Já a barreira de serragem e areia degradou com eficiência 60% do nitrato encontrado, mas Hirata aponta que o conhecimento alcançado no experimento permite melhorar esse número para 80%.</p> <p>A degradação do nitrato no novo sistema foi tema da tese de doutorado de Alexandra Vieira Suhogusoff, defendida este ano. A aluna foi orientada por Hirata e teve apoio FAPESP por meio de uma Bolsa de Doutorado Direto.</p> <p>A redução dos microrganismos obtida na primeira camada da fossa rendeu a tese de doutorado de Jesse Stimson, da Universidade de Waterloo, no Canadá, instituição que colaborou com o projeto de pesquisa.</p> <p>O trabalho ainda contou com equipamentos de monitoramento para controlar a quantidade de material lançado em cada fossa e permitir a retirada de amostras. Os resultados obtidos foram usados para construir modelos numéricos que indicaram a possibilidade de se repensar a ocupação urbana sem rede de esgoto, permitindo aumentar o número de fossas sem implicar contaminações das águas subterrâneas ou mesmo superficial.</p> <p>"Como ela é mais eficiente, podemos aumentar em até 60% a densidade de fossas em um bairro, comparativamente à capacidade de suporte com uso de técnicas convencionais", afirmou Hirata, ressaltando que o custo da obra é bem acessível, embora não tenha estimado o valor exato.</p> <p>Outra vantagem é que a construção da nova fossa não exige treinamento específico de profissionais. "Qualquer pedreiro familiarizado com obras de poços é capaz de construir o novo modelo", disse. Isso permite que seja utilizada mão de obra local, mais acessível financeiramente.</p> <p>Poços mais seguros</p> <p>Outro resultado do projeto foi o desenvolvimento de uma metodologia para avaliação sanitária de poços de água. Trata-se de um questionário simples com dez perguntas objetivas que exigem respostas simples de "sim" ou "não", como "há criação de animais próxima ao poço?", "o poço possui trincas na parede interna?" e "a água que sai da cozinha passa a menos de 10 metros do poço?"</p> <p>Com ele, um agente de saúde pode fazer um levantamento da qualidade da água consumida em um bairro, uma vez que a qualidade do poço é estimada a partir do número de respostas positivas recebidas.</p> <p>"É um modo simples de municiar os órgãos de saúde pública na importante questão do consumo de água na área periférica de cidades", sugeriu Hirata, que alertou para o fato de a população não possuir parâmetros objetivos para avaliar a água de seus poços.</p> <p>"Para muitos, a água cristalina e fresca é sinônimo de água potável e, como as doenças provocadas pela contaminação aparecem esporadicamente, eles não associam essas doenças à qualidade da água", apontou. O questionário foi adaptado de uma metodologia desenvolvida na Inglaterra e aplicada com sucesso em alguns países africanos.</p> <p>Segundo o professor do Instituto de Geociências da USP, a fossa e o questionário desenvolvidos nessa pesquisa são soluções baratas e que podem ajudar especialmente as áreas mais afastadas e carentes enquanto não recebem rede de esgoto.</p> <p>"O ideal seria que todos tivessem coleta de esgoto, porém, como nossa experiência mostra que a área de saneamento não costuma contar com muitos recursos, essas soluções poderiam amenizar muito a contaminação da água e reduzir os problemas de saúde da população", disse Hirata.</p> <p>Reportagem de Fabio Reynol, da <strong>Agência FAPESP</strong>, publicada pelo <a href="http://www.ecodebate.com.br/8dE">EcoDebate</a>, 24/08/2010</p> Blog Eliel Bragatti LiGEA USP 2004http://www.blogger.com/profile/07938891390912560150noreply@blogger.com0